sábado, 7 de dezembro de 2013

Arte na praça


Olá caríssimos,
Assim que os projetos vão acontecendo vou disponibilizando neste blog para que possamos dialogar sobre o tema. Nesta postagem, gostaria de partilhar com vocês um projeto que foi denominado como “Arte na praça”, e teve um vínculo entre as disciplinas de Filosofia e Artes.
O projeto teve como objetivo principal disponibilizar cultura a população do município, ao mesmo tempo, poder divulgar a habilidade de nossos educandos em relação à pintura.
O projeto:
Primeiramente, optou-se por reproduzir obras do famoso autor brasileiro Romero Britto – tanto por ser de boa aceitação entre aqueles que veem as obras, como também, como princípio de valorização de nossa cultura nacional-. Após a escolha de algumas obras a serem reproduzidas, foram contatados alguns espaços públicos que teriam aceitação deste material para exposição.
Dado o primeiro passo, as obras foram reproduzidas pelos educandos em tamanhos diferentes, grandes o suficiente para serem visualizados de longe. Após estarem prontos, os trabalhos foram distribuídos pelos os pontos predeterminados no município, levando cultura e informação aos munícipes que puderam conhecer um pouco mais sobre o autor e as obras.
“Pedagogicamente” falando, cito três ganhos com o projeto: primeiro pela relação dos educandos pela cultura, o qual, todos já devem ter percebido que é uma bandeira de meu trabalho. Dar acesso ao conhecimento é algo fundamental, no entanto, demonstrar como este conhecimento pode ser construído e exercido no cotidiano é imprescindível. Dessa forma, ao possibilitar ao educando a oportunidade de reproduzir as obras de arte, oportuniza-se também que eles as conheçam melhor, compreendam maneiras diferentes de ver e expressar o mundo através delas, sinta-se, enfim, tocado e sensibilizado a analisar a sua própria situação. Educar para a sensibilidade é de suma importância em uma era onde a vida parece ter perdido seu valor para a mercadoria.
Em segundo momento, a junção das disciplinas demonstra ao educando que a escola não é algo re-partido. Ao juntar Filosofia com a disciplina de artes é possível voltar aos livros de filosofia e reler a compreensão de “arte”, analisar como este tema é tratado na modernidade e quanto cada um entende dobre a temática. É hora então de abrir horizontes: primeiro o horizonte do próprio educador, que na correria cotidiana deixa-se embalar por processos mecânicos e esquece de analisar o que está a sua volta, como isso está sendo expressado, e quais as consequências disso; segundo, o horizonte dos educandos, para que saibam olhar para as obras de arte com certa compreensão, e quem sabe instiguem suas próprias habilidades artísticas. Este processo contribui também para que a disciplina de Artes seja vista com outros olhos. Ela deixa de ser a disciplina de “fazer desenhos” para ser uma disciplina de leitura e expressão de mundo, redobrando a importância que nunca deve ter deixado de ter.
Em terceiro momento, reforço a importância da inserção da escola na comunidade. Algo que não pode estar separado, que não pode estar isolado. A escola esta na comunidade e a comunidade esta na escola, ambas devem caminhar juntas, colaborar mutuamente com seus nuances.
Levar os desenhos para a comunidade é demonstrar a comunidade que a escola se importa em oferecer formação continuada, que o vinculo de educação não acaba quando a criança sai dos portões da escola, que a escola está ali para ser acessada em qualquer momento. Mas, levar os desenhos para a comunidade é também demonstrar aos educandos que estes tem responsabilidade perante a escola, e que desenvolver conhecimento é fundamental. Deixar o lado “receptor” para constituir o lado “protagonista” faz parte da maioridade de cada educando. O futuro começa pelo presente e o presente pertence a cada um que dedica-se em fazê-lo acontecer.


E como estão seus projetos? Como a filosofia torna-se prática em sua escola?

Não podemos ter medo de pensar e inovar, afinal, pensar não é pensar a mesma coisa, isso é copiar, pensar então é pensar o diferente!!!

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Reconstruindo os caminhos éticos

Aos construir alternativas à educação, aprende educando e aprende educador. Desta forma, ao refletirmos sobre o ambiente onde estamos, refletimos sobre nossas próprias ações, nossa vida e nossas concepções.
Com isso, a experiência de montar um mapa ético em sala de aula, contribui para os educandos situar suas vidas em meio a sociedade, ao mesmo tempo que facilita o entendimento sobre a reflexão filosófica em sua praticidade.
No caso demonstrado abaixo, o "mapa local" serviu para que os educandos pudessem visualizar as possibilidades de uso da ética aplicada, identificando seus espaços e como estes são regulamentados. Ao mesmo tempo, serviu para o entendimento de como, ora estamos diante da heteronomia, ora diante da autonomia, em processos constantes e de infinitas possibilidades.
Se somos constituídos pela sociedade, ao mesmo tempo a constituímos, e em ambos os momentos devemos ter presente aspectos como a autonomia e a empatia.


sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Jogos pedagógicos

Olá caríssimos amigos(as),
Normalmente, quando falamos sobre jogos pedagógicos temos em mente algo “industrializado”, pronto, ao qual temos que adaptar nossas atividades.
Pensando nisso, a algum tempo venho me desafiando a desenvolver jogos pedagógicos que sejam próprios as minhas necessidades, e descobri, com muito prazer, que estes podem ser tão eficazes e divertidos quanto àqueles que adquirimos em estabelecimentos comerciais.
Talvez, e isso seja bem possível, os jogos não ficarão tão bem aparentáveis quando os desenvolvidos em gráficas, mas possuem a vantagem de trazer aquilo que os educandos sentem no momento. Além de que, os próprios educandos podem contribuir na confecção dos jogos, instigando seu poder de criatividade e aprendizado, pois os impulsiona à pesquisa e a percepção artística.
Abaixo deixo como modelo um jogo da memória que desenvolvi com meus educandos. O mesmo tem a finalidade de relacionar pensamentos e pensadores, contribuindo formalmente no desenvolvimento da memória dos educandos, mas também na descoberta dos filósofos e suas frases, bem como, serve de problematização para discussões filosóficas, visto que as frases podem ser debatidas e contextualizadas em sala de aula.



sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

"Politicando"


Olá amigos(as), 
estamos prestes a iniciar mais um ano letivo, com novos desafios e principalmente novas oportunidades. Assim, não poderia deixar de postar aqui outra experiência da prática filosófica nas escolas.
Quero mencionar uma experiência desenvolvida no último semestre de 2012, utilizando como tema base a "Política". Caso queiram ver um pouco mais sobre o desenvolvimento do trabalho podem acessar através do seguinte endereço: http://escolaamandioaraujo.blogspot.com.br/2012/12/eleicoes-realizadas.html
O trabalho começou a ser desenvolvido no ultimo trimestre, onde os educandos refletiram sobre o significado dos "Partidos Políticos", aprendendo como se compõem, qual sua função, como são demarcados seus projetos, enfim, a estrutura dos partidos. Em um segundo momento, os educandos foram convidados para desenvolver seu próprio partido, onde em grupos, deveriam escolher as funções de cada membro, um nome para o partido, um símbolo, uma "bandeira" de luta, e a partir disso desenvolver projetos, ou propostas para melhorar o ambiente onde vivem. 
O resultado foi ótimo. Os educandos demonstraram capacidade de análise frente suas necessidades, bem como capacidade crítica de propor alternativas para os problemas indicados. Entretanto, cientes de que não é simplesmente pelo bom projeto que se consegue adeptos, os educandos foram desafiados ao processo final: divulgar e defender seus projetos, tendo como elemento julgador de suas ações, uma eleição.
Assim, cada "partido" teve duas semanas para desenvolver seu "marketing", expor suas ideias e conquistar seus "eleitores". Enquanto isso, a comissão eleitoral preparou a urna, as cédulas e compôs as regras para julgar os "problemas" eleitorais, como tentativa de compra de voto, "boca de urna", e desrespeito com as demais chapas eleitorais.
Foi um excelente exercício sobre a democracia. A análise das situações apresentadas nas eleições renderam boas reflexões sobre o que ocorre na sociedade atual, além de contribuir para o desenvolvimento da oratória dos educandos, que compreenderam a necessidade da boa comunicação.
Fica a dica. O exercício é fascinante, e o resultado surpreendente. A única ressalva, é a necessidade de um referencial teórico que antecipe as ações dos educandos, para que eles possam construir parâmetros em suas ações.
Abraços a todos(as).

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Dia do pensamento


Das grandes frases produzidas pela filosofia no decorrer de sua história, uma dos que mais me encanta é a expressão socrática: "Uma vida sem busca não é digna de ser vivida"!!! Esta frase tem para mim algo de fantástico, de fascinante, pois instiga cada um a buscar, a ousar, a ser e pensar diferente.
Vejo também esta frase 'casada' com a expressão de Che Guevara: "Ser jovem e não ser revolucionário é uma contradição genética", pois ser revolucionário é exatamente ser o indivíduo que busca, que não se contenta em sempre reformar, em colocar vinho novo em velhos barris, em dar respostas velhas a novos questionamentos. Ser revolucionário, é ser alguém que faz da vida uma constante busca.
É nesta perspectiva que me vejo como um revolucionário quanto a forma de encarar a filosofia na sociedade contemporânea, pois não aceito, e nunca aceitarei, que me digam que a Filosofia é uma disciplina somente teórica. Primeiro porque não a vejo como "disciplina". A vejo como um pensamento livre, revolucionário, democrático e dialético. Segundo porque é faculdade de pensar bem, e não a nada mais prático e constante do que o pensar. Pensamos a todo o momento: para fazer compras, para dirigir, para se alimentar. Pensamos para se relacionar, para usar a internet, para planejar nossos próximos passos. Assim, busco constantemente novas maneiras de ajudar as pessoas a encontrar seu caminho do filosofar, para que construam um pensar próprio, crítico e consciente.
Pensando nisso, apresento a vocês o que chamei de "Dia do Pensamento". O dia do pensamento foi o dia em que, juntamente com meus educandos do 9º ano da Escola Amândio Araujo, colocamos a cidade de Constantina (RS) para refletir sobre sua existência. 
Não foi uma "mega operação", foi algo simples, do nosso jeito, dentro de nossas possibilidades, mas que serviu para que muitas pessoas mudassem a forma de ver a filosofia - e quem sabe a própria vida.
O trabalho distingui-se em dois pontos: o primeiro foi a confecção de cartazes com perguntas filosóficas, que foram fixadas em suportes móveis, e posicionados em pontos estratégicos da cidade. O segundo, foi a construção de um pequeno texto filosófico, o qual foi entregue pelos educandos nos estabelecimentos comerciais da cidade e às pessoas que circulavam pelas ruas no dia do projeto. 
O resultado? Ainda não sabemos, e levará algum tempo para ter certeza sobre seu real impacto. 
Mas o semblante de surpresa e questionamento encontrado nos indivíduos que passavam pelos locais onde o projeto foi desenvolvido, demonstrou que a filosofia é surpreendente, e pode ser palpável para qualquer um, como prática de ensino, como questionamento inserido na sociedade, como atitude revolucionária. 
Veja algumas imagens do projeto e sinta-se convidado a multiplicar esta ideia em seus espaços de atuação.








domingo, 21 de outubro de 2012

Jornal da escola

Olá caros amigos, 

hoje gostaria de partilhar com vocês um projeto desenvolvido junto a Escola Amândio Araujo, do município de Constantina (RS). Já havia partilhado aqui o projeto de um jornal impresso, desenvolvido na mesma escola, porém, agora fomos além, decidimos gravar um jornal. Isso mesmo. Gravar!
A princípio encontramos dificuldades por não ter material adequado, entretanto, isso não foi barreira para a realização desta tarefa. Aos poucos, com o material que tínhamos em mãos fomos construindo este projeto, e o resultado vocês podem ver acessando o vídeo abaixo.



A ideia é simples: usar uma câmera digital para divulgar os acontecimentos da escola. Os ganhos são muito além deste objetivo. Com as filmagens, os educandos percebem a necessidade da leitura, da expressão, da dicção, bem como da informação em si.
Além de tudo isso, é uma ótima oportunidade de reflexão, dado que, o educando após gravar sua parte, consegue: se avaliar vendo o vídeo, avaliar o que acontece ao seu redor e projetar novas alternativas.
Fica a dica: construir alternativas é construir cidadania!!!

terça-feira, 17 de julho de 2012

Jornal da Escola





Olá queridos amigos,

Em anexo posto mais uma alternativa didática, a qual pode se tornar uma ferramenta de produção textual dos educandos, uma ferramenta artística, dado que os educandos podem fazer parte da diagramação, ou até uma ferramenta prática de cidadania e participação, como ocorreu neste caso.
Estou falando do Jornal da Escola. Neste caso, o jornal que posto aqui é o jornal impresso da Escola Amândio Araujo, do município de Constantina – RS. Este jornal traz em seu conteúdo as principais atividades desenvolvidas pelos educandos neste semestre, e seu conteúdo faz parte de uma série de textos desenvolvidos e disponibilizados no blog da escola, além de produções novas.
O nome do jornal foi escolhido por votação de toda a escola, em uma prática de cidadania, onde os educandos aprenderam a votar no projeto que para eles representava melhor o ambiente em que estavam.
Serve de modelo para as demais escolas, e para todos nós educadores que buscamos desenvolver espaços educativos mais participativos e interativos.

Para acessar o Jornal clique aqui.

Abraços!